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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

ALGUMAS REFLEXÕES A RESPEITO DA ÁGUA


Todas as ações inerentes a recursos hídricos são de longo prazo e requerem tempo e recursos para serem implementadas.


• O Dia Mundial da Água de 2009 chegou numa cascata de advertências: o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática mostra que o clima no mundo está mudando - e para pior. O Aquecimento Global é uma realidade.


• A década de 70 foi marcada pelo despertar das preocupações ambientais. Até o início dos anos 80, as questões relacionadas ao uso múltiplo da água (geração de energia, transporte, lazer, abastecimento doméstico e industrial, coleta de esgoto, etc ) e seu manuseio não levaram em conta as conseqüências ambientais.


• Hoje não existe mais água no mundo do que havia há 21 séculos, quando a população era menor do que 3% do que é hoje. Se a água vai continuar tendo a mesma quantidade, é bom lembrar que a população continuará crescendo.


• O Brasil, no todo, é um país rico em água. Dispõe de 12% de água doce superficial do mundo, mas tem vivido uma ilusão de abundância a despeito das diferenças de da má distribuição pelo seu território.


• Mesmo nas regiões caracterizadas como de água abundante, a água está se tornando escassa por sua qualidade que deteriora. Essa é uma questão ambiental grave e do momento.


• Tem-se disseminado a contaminação tanto da água superficial como subterrânea. Por essa razão, para abastecer, por exemplo, a região metropolitana de São Paulo a água é buscada a mais de 150 km de distância.


• Foram grandes as agressões que os rios, riachos, córregos e arroios sofreram nos últimos anos. Os mais velhos podem se lembrar do rio de sua terra onde se podia tomar banho, pescar, ou simplesmente, desfrutar de sua beleza natural. Hoje a maioria deles não passa de um esgoto a céu aberto.


• Um dado bem moderno: a chuva, que é uma bênção, pode virar uma tragédia. É bom ver uma rua pavimentada e um grande estacionamento no shopping. Melhor do que ver é sentir esse conforto. Mas isso tem conseqüência: a pavimentação está diminuindo a capacidade de infiltração de água nos solos, provocando, na hora das chuvas, acúmulo muito rápido do escoamento das águas. Aí, então, fica superado a capacidade de condução de água daquele riacho que serve à nossa cidade. Agravado pelos lixo jogado nas ruas, nos bueiros e nas encostas, o resultado é certo: inundação, destruição de casas e mortes.


• A verdade é que para utilização de forma sustentável, a água não pode ser retirada de suas fontes ou contaminada com esgotos, dejetos industriais e lixo em velocidade maior ao que pode ser reabastecido pelo ciclo hidrológico (evaporação, precipitação, escoamento e infiltração) e de sua capacidade de regeneração.


• A natureza é sábia e magnânima. Ela sabe que precisa absorver resíduos. Mas tem seus limites. Só um lembrete: todas às vezes que lavar suas mãos e utilizar 1 litro de água são necessários 10 outros no riacho para restabelecer suas condições naturais.


• Se no passado recente a crise da água era um pouco mais silenciosa, hoje ela está em evidência. Ela incomoda cidadãos, líderes políticos, governantes, empresários e todos aqueles que tem responsabilidade nos dias de hoje e de amanhã.


• A lei brasileira é considerada uma das mais avançadas do mundo contemplando as questões básicas da sustentabilidade do uso da água. Mas não se pode fazer a gestão dos recursos hídricos independente da gestão do uso do solo e sem que os usuários participem do processo decisório quanto ao planejamento dos usos.


• Um outro dado importante: não se pode mais planejar um único uso sem considerar as múltiplas finalidades da água, como abastecimento, geração de energia, navegação, lazer, pesca, proteção ao ecossistema, etc.


• Sem regulação severa e sem educação ambiental quanto ao manejo efetivo sustentável, não há como promover ações de defesa dos recursos hídricos. Todas as ações inerentes a recursos hídricos são de longo prazo e requerem tempo e recursos para serem implementadas.



FONTE: Folha do Meio Ambiente - 20 de Marco de 2009 (http://www.folhadomeio.com.br/publix/fma/folha/2009/03/2agua197.html)


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