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domingo, 1 de novembro de 2009

Geoquímico defende que oceanos nasceram de asteroides congelados




Asteróides cobertos de gelo que caíram na Terra há uma centena de milhões de anos após o nascimento dos planetas do sistema solar podem ter trazido a água de nossos oceanos, diz o geoquímico francês Francis Albarède em artigo publicado nesta quarta-feira (28) na revista científica britânica "Nature".
No estudo, o cientista contesta a ideia comumente admitida, segundo a qual o oceano e a atmosfera teriam se formado a partir de gases vulcânicos.

"A Lua e a Terra eram secas, essencialmente logo após a formação da Lua, em seguida a um impacto gigante sobre a Prototerra" [primeiro estágio geológico da Terra].
"A água chegou mais tarde", resume Albarède, do Laboratório de Ciências da Terra, da Universidade Claude Bernard.
Levando-se em conta cálculos recentes, as temperaturas eram muito elevadas entre o Sol no seu começo e a órbita de Júpiter, para que elementos voláteis, como o vapor d'água, pudessem se condensar em "embriões planetários".
A chegada de água à Terra corresponderia a um período situado entre 80 e 130 milhões de anos após a formação do sistema solar. Em seguida à agitação provocada pelos planetas gigantes gasosos nas trajetórias de asteróides e de outros fragmentos congelados, estes teriam cruzado a Terra trazendo suas reservas de água.
Introduzida no manto terrestre, esta água o amoleceu, permitindo o aparecimento da "tectônica de placas, que pode ter sido crucial para que a vida emergisse", destacou Albarède.

Comparações

Comparando Marte, Vênus e a Terra, três planetas com histórias diferentes, este cientista destaca o que caracteriza a Terra, a presença de uma tectônica de placas, modelando continuadamente os continentes, um oceano líquido e a vida, lembra.
Num momento em que saímos em busca de planetas extrassolares, é preciso indagar por que três planetas de nosso sistema solar são tão diferentes.
"A última década viu mudanças conceituais importantes na compreensão da história precoce dos planetas terrestres; agora, muitas surpresas poderão nos esperar", concluiu Albarède.

(Fonte: France Presse / Folha Online) /(http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=49311)

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